Gisela Campos
Elas estão em todo lado: basta você abrir uma revista e dá de cara com elas, as supermulheres.
Verdadeiras réplicas do saudoso Super Homem, estas supermulheres incorporaram para si mesmas funções e obrigações dignas de qualquer super herói. De qualquer não, do próprio Super Homem.
E elas têm comportamento de Super Homem: trabalham, cuidam das casas, pintam o cabelo, diminuem a barriga, engrossam os músculos, separam-se dos maridos e criam sozinhas os filhos. Nas academias, as caneleiras de 10 kg em cada perna torneiam os músculos de mulheres que noutras décadas estavam assando um bolo na tranquilidade da sua cozinha, vendo os filhos crescerem e apenas lamentando não terem nascido com o cabelo de outra cor.
Estas supermulheres dos dias de hoje não se lamentam: elas fazem.
Parece que as vejo voando de capa vermelha sobre Ipanema, tomando um suco verde e falando no celular.
Tomemos por exemplo essas atrizes de Hollywood. Qualquer uma delas: Nicole Kidman, Angelina Jolie, Jennifer Lopez… São todas supermulheres: narizes perfeitos, braços esculpidos de músculos, filhos lindos pendurados pelos braços, pele perfeita e, além de tudo, cantam, dançam, filmam no deserto australiano e, no que sobra e tempo, investem em causas sociais.
O que foi feito das tardes na janela? Penso em Ingrid Bergman, que se recusou a fazer uma plástica no nariz. Será que ela teria sobrevivido hoje, na era das supermulheres?
Outro dia vi uma foto da Angelina Jolie pilotando um avião! Achei uma loucura! Ou seja, além de ser casada com o Brad Pitt, ter 3 filhos (sendo 2 gêmeos!), 3 adotados, ser magérrima (já ouvi dizer que ela passa períodos a base de melancia…), ser representante da ONU (ou da UNESCO, não sei) e fazer aqueles filmes que ela faz onde se veste toda de roupas de couro preto, corre, atira, pula muros, ela, como se fosse pouco, nas horas vagas, pilota aviões! Aviões!
Eu não sei onde isso vai parar. Tenho visto amigas minhas lindas, simpáticas e trabalhadoras transformarem seus corpos como se fossem verdadeiras atletas. Não somos atletas. Tenho visto outras sustentarem seus lares e filhos como se fossem onipotentes. Não somos onipotentes. Tenho visto ainda meninas transformarem rosto, cor de cabelo, peito, barriga, como se fôssemos bonecas de massinha. Não somos bonecas de massinha.
Somos supermulheres. Ou melhor, viramos. Será exigência dos tempos. Será, até, possivelmente melhor ser uma supermulher. E não mais a mulher submissa de antes, sem direito a voz ou salário e condenada ao sonho. Não sei, mas parece que estamos nos preparando para “algo”, como uma guerra fosse começar e tivéssemos que nos preparar para fugir, lutar e pilotar aviões, carregando os filhos nos ombros.
Será que estou exagerando? Você conhece alguma supermulher?
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