sábado, 4 de outubro de 2014
sábado, 27 de setembro de 2014
Como funciona a máquina de café expresso?
A máquina de expresso tem um sistema que força a passagem de um jato de água quente, em alta pressão, por uma massa compacta de pó de café bem fino. A palavra-chave aí é "pressão". A grande diferença entre o café expresso e o coado caseiro é que neste último a água quente atravessa o coador movida apenas por seu próprio peso, enquanto no expresso a água pressurizada produz um café mais forte, denso e espumante, que muitas pessoas acham superior ao café coado. "Para ser bom mesmo, um expresso depende dos três Ms do café: a Mistura, a Máquina e a Mão", diz o engenheiro Osmar Luiz Pecchio, que há 20 anos trabalha numa fábrica brasileira de máquinas de expresso. A "mistura", no caso, é o café propriamente dito, que deve ter uma combinação correta de diversos tipos de grão.
A "máquina" tem que ser bem regulada e a "mão" é a experiência da pessoa que tira o café, fundamental para regular a quantidade de pó e comprimi-lo na medida certa. O expresso surgiu em 1901, quando o industrial italiano Luigi Bezerra pensou em um método para diminuir a "pausa para o cafezinho" de seus funcionários. Ele desenvolveu uma máquina que usava água pressurizada em uma caldeira para atravessar o pó, deixando o café pronto mais rápido - daí o nome "expresso".
Preparo sob pressão
Água usada na bebida é comprimida a até 9 atmosferas
Filtro
A água usada no expresso passa por esse filtro antes de entrar na máquina, para eliminar qualquer sabor indesejável
Manômetro
Permite conferir a pressão tanto da caldeira como da água que sai da bomba elética e é usada na bebida. Esta última deve ficar entre 8,5 e 9 atmosferas para se ter um café saboroso
Bomba elétrica
A água filtrada entra nessa bomba, de onde sai em alta pressão e é dividida em duas: uma parte enche a caldeira de aquecimento e a outra servirá para fazer o café
Caldeira de cobre
Quando a máquina é ligada, parte da água enche essa caldeira até um certo nível, deixando espaço para o vapor que vai se acumular. Uma resistência elétrica aquece a água. Termostatos regulam a temperatura do vapor, que deve ficar em torno de 119 ºC
Água do café
A água para fazer a bebida circula em tubos de metal (em vermelho), que passam pela caldeira, onde o líquido é aquecido a 90 ºC. Quando se aperta um botão, parte dessa água sai rumo ao grupo de extração, onde fica o pó de café
Aquecedor de xícaras
Muitas máquinas profissionais vêm com aquecedor de xícaras, um espaço no topo da máquina que usa o próprio vapor da caldeira para manter a louça aquecida
Grupo de extração
Neste pequeno compartimento removível a pessoa põe e comprime o pó de café, inserindo-o depois na máquina. Uma máquina pode ter de um a quatro grupos de extração
Tubo de água
Pode-se usar esta saída para se obter água quente, sem café, para fazer chá, por exemplo
Tubo de vapor
Também chamado de "capuccinador", esse cano permite extrair vapor diretamente da caldeira. Ele é em geral usado para borbulhar o leite, fazendo a espuma do capuccino.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
A química que une cães e seus donos
Pesquisadores dizem que a relação entre cachorros e humanos também é regida pela ocitocina, hormônio responsável pelas relações afetivas e pelo prazer.
por Murilo Roncolato
Você já deve ter ouvido falar da ocitocina. Conhecida como "hormônio do amor", ela (que também é chamada de oxitocita) promove a afeição, diminui o stress e a pressão arterial e incentiva o instinto de proteção. A ciência já mostrou o quanto esse hormônio é importante nas relações humanas - mas, agora, ficou provado que ele também atua na relação entre humanos e cachorros.
Segundo os pesquisadores Brian Hare e Vanessa Woods, da área de evolucionismo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, situações entre humanos em que se libera ocitocina são largamente conhecidas – “é o que faz você se sentir bem quando tocado por uma pessoa querida, ganha uma massagem ou tem uma boa refeição”, escreveu a dupla. A surpresa é notar que as mesmas situações acontecem entre espécies diferentes. Hare e Woods são autores do livro “The Genius of Dog” (sem edição em português) e do portal Dognition.
Os pesquisadores usaram três pesquisas para compor a base de dados que embasa o livro – que explora os níveis desconhecidos da inteligência canina. Uma delas foi feita por Miho Nagasawa, do departamento de biotecnologia da Universidade de Azabu, no Japão, analisou a troca de olhares atenciosos entre 55 pares de cachorros e seus donos. Seus resultados mostraram que quanto mais tempo o cão se mostrava atencioso com o dono, mais oxitocina era liberada. Não por coincidência, esses donos se consideram mais felizes com a relação que tinham com seus animais de estimação.
Outro estudo investigou uma interação com mais contato - e por contato entenda baba. Pelos resultados da pesquisa de Linda Handlin, sueca da Universidade de Skövde que também estuda as relações humano-humano, principalmente no caso da amamentação; brincar, ter contato, ser lambido (há quem considere lambida uma espécie de beijo canino, mas preferimos deixar a decisão sobre isso a seu critério) gera o aumento não só de ocitocina, mas a queda de cortisol (relacionado ao nível de stress) e do batimento cardíaco.
Mas aqui há um dado importante: as melhores bioquímicas só se apresentam aos donos que encaram a sua relação com o animal pelo viés prazeroso da situação e não aos que consideram os cuidados e o trato como uma espécie de fardo, de obrigação.
Em um outro experimento, realizado na Universidade de Pretoria (África do Sul), donos e cães foram colocados em uma sala por 30 minutos. Depois, amostras de sangue comprovaram queda de pressão sanguínea, aumento não só de ocitocina, mas de uma série de hormônios importantes como betaendorfinas (ligadas a sensações de bem-estar e e alívio de dor), a prolactina (que promove a produção de leite e aumento das mamas), feniletilamina, que libera dopamina (relacionado ao prazer, atua no aprendizado, afeta o humor e também a memória e o sono). A sensação de prazer a quantidade de reações bioquímicas geradas pelo contato com animais de estimação (os testes foram feitos somente com cães) são consideravelmente maiores, por exemplo, do que ler um livro.
Mas não se anime em colocar um bicho novo em casa só para ser uma pessoa mais feliz. Animal não é livro, não se guarda na estante e demanda uma série de cuidados. Mas pode fazer muito bem para o dono.
(As fotos que ilustram essa matéria são de donos de cães e seus animais de verdade. São fotos postadas no Flickr com licenças que permitem compartilhamento)
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